Há pouco tempo estava à espera do autocarro e ouvi uma rapariga a falar. Dizia que as raparigas, hoje em dia, andam todas iguais. "Calças de cintura subida, top, casaco de cabedal, como se fossem formatadas". E isto não me saiu da cabeça. Na viagem para casa, liguei os dados móveis para passar o tempo, e num zapping pelo facebook, fiquei incrédula. Ela tinha razão. Entre diversos perfis, as fotos variavam. Quase como se mudássemos de grupos de estilo, que detinham um aglomerado de pessoas. Os rapazes com os idênticos cortes de cabelo. As raparigas, com os longos cabelos e o risco ao meio, as mulheres com os bob's e os lob's. Será que se perdeu a identidade individual da nossa imagem?!
A maior parte das pessoas adora o verão. A praia, o sol, os biquínis. Eu adoro vestir-me no Inverno. Os casacos, as botas, os cachecóis, as luvas. Não resisto aos pêlos. E nada nos reconforta mais do que uma mantinha no sofá. No Inverno, o perfume aquece a fragância do ambiente e a maquilhagem chega até ao fim do dia. E a elegância apresenta-se pelo estilo da conjugação das peças, que se mostra ser capaz de ser sensual, sem pele à mostra. Gosto da criatividade, e da combinação das peças. No verão, o calor dificulta. Umas calças, as sandálias e o top, está feito! No Inverno, o jogo é outro. O frio pede a técnica da cebola. E eu adoro brincar às conjugações. De estilos, de peças, de vontades. E se vontade é algo que não falta, e não apetece desgraçar a conta antes de chegarmos aos saldos, a Black Friday vem mesmo a calhar. Esta Sexta-Feira, a mítica sexta-feira americana chega novamente a Portugal e já circulam os rumores de marcas aderentes. O grupo Inditex, a Fnac e a Toys "r"us, são alguns dos diversos espaços comerciais, que na próxima sexta, dia 27 de Novembro, suspeita-se que vão estar com promoções. E se a minha lista de desejos não se importa nada, a das prendas de Natal muito menos. Esta é uma tradição que eu vou cumprir! Afinal, música de Natal, decorações, e descontos, haverá melhor ambiente para ir às compras?! E como eu sou amiga, não poderia deixar passar o dia sem vos avisar. Nem deixar a proposta de look ideal de fora. Quem alinha?
No meio da correria, queria que fosse perfeito. Foram meses de preparação. Noites sem descanso, agenda sobrelotada, tarefas acumuladas. E o tempo que corria a uma velocidade furiosa. Nunca o tempo passou tão rápido. Quando dei por ela, estava a uma semana do evento e, sem vestido. Sabem quando queremos tanto algo que já nem sabemos o que vestir?! E no meio de tanta coisa, era o menos importante. Até chegar ao dia antes do evento, encontrar o vestido perfeito e, assim que arranjei 5 minutos numa hora de almoço para ir à loja comprar, descubro que só existe no Porto. O telemóvel que se lembrou de avariar nessa semana foi o iniciar de uma noite de mais de 3 horas no Bragaparque à procura do vestido. E, para melhorar, eu que uma semana antes lembrei-me de dizer que estava admirada de já não ter gripe há imenso tempo, a minha garganta fez questão de contrariar isso. Benditos Cêgripes que me socorreram. Cheguei a temer o pior! O não poder estar presente. Foram os meses mais intensos da minha vida. Entreguei-me de alma e coração. Fiz amizades para a vida, com pessoas que encontrei pelo caminho e as outras que tinham-me conquistado. Sem elas, eu não estava aqui. Sem elas, eu não estaria lá. Vivi estes meses pelo amor à camisola. Soa a cliché - é verdade. Mas não sei como o conseguiria fazer desta forma. O profissional e o insensível não combinam. Não o faria de outra forma. Entreguei-me a este projecto no dia que o conheci, ainda sem o saber. E fui conquistada. A cada edição. Se é fácil dizer que se faz algo desta envergadura, com o coração?! Claro que é. Mas difícil não é dizer, é fazer. É envolvermo-nos com os sentimentos e com a vida. E olhar para isto como se fosse uma parte de nós, que o medo de falhar assusta-nos. É colocar essa parte de nós em tudo o que fazemos. Com a personalidade que não deixa artifícios. É uma correria pelo mosteiro, para garantir que nada falhe - bons quilómetros que se fazem. É receber as pessoas e carregar cadeiras, num trabalho em equipa. Porque quando se faz pelo amor à camisola, não há tarefas menores, quando tudo é importante. Nem há cargos ou lideranças, quando a equipa de profissionais, vira amizade. E, sem me dar conta deixei as fotos de lado e o lado blogger em pausa. Foi hora de receber e não de o ser. De estar do lado de lá. Tanto, que só na segunda percebi que a única foto sozinha que tirei foi pela câmara de uma blogger, enquanto fazia os testes de luz. Fui conquistada. E no fim, o cansaço disfarça-se pelo coração cheio. De quem esperou meses pelo grande evento que passou como numa fração de segundos. E mais do que estar orgulhosa de um projecto, estou orgulhosa e agradecida a cada uma das pessoas que fizeram com que este evento fosse possível. E, foram tantas. As que acreditaram. As que ajudaram. As que se entregaram pelo mesmo amor à camisola, sem questões ou imposições. E acima de tudo obrigado, a quem me deu a oportunidade de estar ali e acredita em mim. Acredito, que tudo o que é realmente bom, se faz com amor!
Passei o verão todo a ver post's, artigos e comentários de pessoas a dizer que tinham festas e estavam em pânico sem saber o que vestir. Eu já fui uma dessas pessoas. Até receber um convite para um baptizado em Dezembro e estar a uma semana de um grande evento. Nesse momento, tornei-me outra pessoa. Mulheres com festa no inverno manifestem-se. Festas no verão é para meninas. Imaginem o frio, a chuva. E todo um trinta e um que pode acontecer. Como se não bastasse o frio, a constipação e a gripe. Ele é os saltos presos na lama, o penteado à Tina Turner após a benção da chuva. Os collants que me levam à falência até conseguir de casa com uns apresentáveis, e já mencionei o frio??! Ando há semanas, a pensar e pensar. "Levo uma blusa ou um vestido de manga comprida?!" "Aposto num macacão ou num top com blazer?" Depois temos as colecções. Se as lindas de verão, são todas "uhhhh's e uauuuu's", as de inverno são do mais simples possível. "Há e tal, less is more" - dizem vocês! Toca a procurar os acessórios, pensei em contrastes e complementos, recriar visuais e fazer milagres. E depois chegámos ao expoente máximo de nos vestirmos para festas no Inverno ...
Num minuto estámos a rir às gargalhadas. No minuto a seguir, a chorar baba e ranho e ver à nossa frente o filme de uma vida a preto e branco. É como a "peste" da gripe. Repentina, presente e assídua. Vê-nos um bocado bem, e não descansa. Lá vem ela fazer estragos. E lembrar o que estava bem escondido. Porque nem sempre apetecer fazer segundas interpretações, ou complicar a vida. E pensar em como gostaria que a minha vida fosse. Afinal se for por idealismos e desejos, culpo o euromilhões todas as terças e sextas que só faz com quem me saia 2€, do bolso. Hoje, sei que sou sensata, quando as hormonas deixam. No resto do tempo, quem o sabe. Decidida, insegura, confiante, melancólica, apaixonada, carente. Sim, sou isto tudo. E a cores. Não se escondem os sentimentos numa tela a preto e branco. Quanto mais as hormonas que as afogo em gelados e chocolates. É um pacote de M&M's e uma caixa de Milka, sff! E uma cara decente para poder tirar fotos todos os dias sem recorrer aos filtros do instagram. Se acho normal?! Claro que não. Mas daqui até à menopausa tenho muito a aprender. E a ensinar, a mim própria. Eu não, as mulheres.