Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Princesa Sem Tiara

Blog pessoal, de alguém que pela escrita é apaixonada e à moda já há muito se rendeu!

Princesa Sem Tiara

Blog pessoal, de alguém que pela escrita é apaixonada e à moda já há muito se rendeu!

Dom | 27.11.22

Diário da Maternidade: A Pergunta de Milhões

Princesa Sem Tiara

IMG_20220513_091503_598 (2).jpg 

Às vezes, dou por mim a pensar quando é que as coisas começam a melhorar? Este ano não tem sido fácil. E dizer isso é um eufemismo. Para ser sincera este ano tem sido dos anos mais difíceis e desafiantes de sempre. A rotina de agora que se resume a casa-trabalho, trabalho-casa. A correria de todas as manhãs antes de sair de casa. O cansaço de todas as noites e todos os dias de quem não sabe o que é dormir mais de 5 horas seguidas de noite há 1 ano e 2 meses - e nas últimas semanas 3 horas seguidas. A ginástica financeira que é depois de termos um bebé e é tanta mais coisas a somar - já dei por mim a pensar em inscrever-me num daqueles cursos de gestão financeira, imaginem! A nova logística de todos os dias. O trabalho. O stress do trabalho. O pensar e repensar as coisas. Sabem quando temos anos que parece que foram mais um ano igual aos outros e de repente temos anos que parece que acontece de tudo? Este ano está a ser exatamente isso, um grande desafio. Tão grande que já dei por mim a pensar que este ano está a ser uma verdadeira lição. Como se fosse o ano que precisava de ter para crescer, para mudar, para finalmente dar por mim a perceber o que gostava que mudasse e a traçar objetivos. E para conhecer verdadeiramente tanto do que me rodeia. Como uma verdadeira lição. Daquela que nos muda e que nos faz querer mudar. E estava a precisar tanto disto. De escrever. Como quando o fazia só como princesa sem tiara e não como Ângela Santos. E pôr de lado o receio das varias interpretações que o possam fazer. Porque ao contrário do que as redes sociais passam nem sempre está tudo bem e está tudo bem isso. Gostava de ser como aquelas influencers que mostram-se sempre felizes e contentes com as vidas perfeitas mas sou transparente e sincera demais para isso. E a maternidade pode e é tantas vezes desafiante, cansativa e exigente. E a vida de quem é mãe pela primeira vez e vê a sua vida mudar por completo - ainda mais depois de regressar ao trabalho! - nem se fala. É como se depois de sermos mães a sociedade nos exigisse que sejamos super mulheres. Quantas mães já não terão sentido isto? Já às vezes custa sermos mães sem livros de instruções e damos por nós completamente de rastos sempre que vem uma virose e vemos o nosso bebé doente, quanto mais mulheres que têm de fazer ainda mais do que faziam para provar o seu valor. E acreditem depois de sermos mães passamos a dar o dobro, o triplo do valor aos nossos pais, ao apoio de todas as horas. E devia ser muito mais comum e normal falar-se disso. De que quando somos mães de um bebé que não temos de conseguir fazer tudo e é tão normal isso, que nem todos os dias está tudo bem e está tudo bem isso, que devemos pedir apoio e sair para descomprimir também e é tão importante isso. Ser mãe é ser super-mulher tantas vezes, pelo tanto que se é e muitas vezes ninguém imagina e a melhor e maior coisa que 2022 me tem ensinado é que aquele cliché que tanto ouvia dizer que é nos filhos que vamos buscar a nossa força, a nossa energia e a nossa alegria dia após dia é completamente verdade. Depois de um dia por mais complicado que seja, estar com a minha filha é esquecer tudo e só querer estar ali com ela, sem telemóvel nem stress, a brincar, a dar colo e mimo, a cuidar e a deliciar-me a descobrir a coisa nova que começou a dizer ou a fazer naquele dia. E o amor. Porque quase a um mês de 2022 acabar, se este ano já não me surpreender, já me deu mais do que uma grande lição para 2023, o amor que levo para celebrar. E o amor de todos os dias. O que aprendi a agradecer, dia após dia. Do romance, da maternidade, da família. Dos que se demonstra em muito mais do que um amo-te. Sabem o que também aprendi? Quando damos por nós a perguntar quando é que as coisas começam a melhorar a dada altura damos por nós também a perceber o tanto que temos porque agradecer. E também o que devemos fazer para melhorar. E pela primeira vez em muitos anos dei por mim a sonhar e a idealizar objectivos. A perceber o que gostava de fazer e a visualizar o futuro que gostava de ter. E ironicamente este ano que tanto me tem feito crescer, questionar e aprender é o ano dos 30. Não é mesmo irónico?