Domingo passado, em conversa com as minhas cunhadas e sogra, o que é que veio a tema: vestidos para casamento, é verdade! Temos um casamento na familia, em setembro e, claro que, para variar, estavamos todas a falar do que íamos vestir. E se por um lado, uma cunhada minha tinha imensas opções de vestidos que tinha usado em cerimónias já há muito tempo, eu e outra cunhada minha, mães há pouco tempo, falávamos as duas que não sabíamos o que vestir. E, se por um lado, sei que não tenho nada no meu armário que me vá assentar bem agora, ou então, que não seja um vestido mais disco-riscado do que anda as musicas do luan santana nos ultimos tempos na minha vida, por outro lado, não me apetecia gastar um quarto de um rim, num vestido para usar num dia e arrumar para o canto do guarda-roupa. Até porque, isto de se ter casamentos é muito bonito, mas uma pessoa começa logo a somar os euros todos que tem que gastar, não é verdade?
E coincidencia das coincidências, ontem uma colega de trabalho, pediu a minha ajuda de consultora de moda, para lhe dar sugestoes de vestidos para o batizado da filha dela e um dos critérios era que não queria gastar mais de 100€. E foi então que eu me lembrei: "E se eu arranjasse 50 opçoes de vestidos elegantes para usar numa festa até 50 euros e provasse que é possivel encontrar um vestido super giro sem gastar muito dinheiro?"
E, sem me dar conta, voltou a vir ao de cima a minha veia de consultora de moda que estava meio que adormecida nos ultimos meses. Nem tinha noção da falta que isto me fazia! Posto isto, resta-me esperar que este artigo seja util a muitas de vocês desse lado.
Sabem aquele filme iconico dos fura-casamentos, daqueles dois atores que entravam à socapa em todos os casamentos infiltrados só para conseguir miudas. Ultimamentem sinto que a minha vida anda uma versao disso, mas em vez de fura-casamentos, anda numa especie de fura-compromissos. E os ultimos meses tem sido como se tivesse comprado um bilhete para andar num carrossel, que anda sempre à roda e que sempre que pára e assumo um novo compromisso comigo mesma e, acho que é desta que vou ter mais energia, lá vem a ficha para mais uma voltinha de carrossel. Ora uma virose, ora uma amigdalite, ora uma dor lombar. E agora espera lá que ainda não está bom que estavas cheia de energia a dar tudo no trabalho antes de ir de férias: pega lá uma combinação especial de uma inflamação na cervical combinada com uma inflamação no nervo ciático para te deixar sem sequer conseguires subir as escadas para o escritório sem pareceres uma velhota de oitenta e seis anos, que até essa deve estar com mais mobilidade que eu!
Há e tal, mas não sabes que agora o que está a dar são as vidas demasiado direitinhas onde tudo corre tão bem e ninguém se queixa? Saber sei! Mas este meu carrossel, está com o modo do mindset avariado e deve ter virado para a frequência do mercurio retrogrado! Se bem que, tambem descobri esta semana, que esse também só é agora falado para levar com as culpas sem ter culpa de nada.
E aqui, estou eu. A escrever, neste meu blogue perdido e já meio que felizmente escondido no mundo antigo do seculo passado dos blogues, onde antes haviam vidas reais e as pessoas falavam da realidade das suas vidas, sabem aquela realidade real onde as coisas realmente acontecem e se falam delas e as redes sociais por milagre fizeram desaparecer? Essa mesmo! E calma, que eu sou das pessoas que viveu e ainda vive para as redes sociais. Mas se é certo que acho que aquilo não tem que ser o muro das lamentações, também não tem de ser a revista nova gente de 2015, onde de repente só vemos as férias de toda a gente, as idas aos bares, os restaurantes caros e os looks das festas. Sinto falta do contexto por trás da foto. Da história por detrás da imagem e da narrativa da vida. Sim, eu que sou do tempo do blogue da Cristina Ferreira e de o ler e pensar na escrita dela, como a Carrie Bradsahaw do Sexo e a Cidade. E de esperar todos os dias pelo novo artigo da pipoca mais doce, como quem espera por comprar um livro na livraria. De ler os artigos de moda e de imagem das Style it up e da Mini-Saia. Do carinho com que lia a Sílvia da Mahrla, e cada conquista da sua marca como quem lê o seu crescimento. E de ler assiduamente a Barbara Marques há anos, como se a conhecesse. E este é o verdadeiro fascínio de quem inspira. Contar uma história que nos agarra a querer saber sempre mais.
E eu, sou das que com um ponto acrescenta um conto. E de um capítulo faço um livro inteiro. Talvez pela sede da escrita que estava adormecida. Entre a necessária rotina nova da Clara - que é tema para outro capítulo! - o trabalho que me faz envolver demasiado e a vontade de mudança. Sinto que não páro, às vezes para respirar como deve ser - dito ontem, pela osteopata. Sabem aquelas cafeteiras da smeg quando têm água a ferver? Lindas e maravilhosas por fora, mas em ebulição por dentro. Pronto, acho que é a analogia perfeita para me descrever.
E caraças, é incrível como já não me lembrava o quanto escrever era tipo terapia estilo kickboxe para mim. Mais uns textos pela frente nos próximos dias e espero aliviar o inchaço da omoplata. Será que com artigos de moda não irá ajudar a pôr a ciática no sítio? Não sei não, mas estou mesmo a considerar tirar o pó ao meu lado de consultora de imagem reformada e a este meu blogue que estava perdido nos confins da arrecadação deste sapo blogs e voltar ao ativo, num estilo: Angela, a Blogger 1 - Inflamação nas costas e neura - 0!
Bora lá, sem compromissos, ver o que se segue nas próximas rondas!