Virada do Avesso!
15.08.2024.
Sinceramente, nunca fui muito de ligar à simbologia dos números dos dias, ou das horas. Mas este tinha de ficar registado. E aqui. E não. Não faço anos, nem é nenhuma ocasião especial. Ou talvez seja, se pensar bem. Que se há coisa que hoje posso dizer é que aprendi mais nos últimos dias, do que em meses. E de repente veio a vontade de escrever. De deixar escrito e libertar. Porque a escrita tem este poder da libertação do que queres expressar e do compromisso, daqueles sonhos, devaneios e objetivos que de repente quando nos sentimos no auge da nossa força, da nossa energia e do nosso estar bem nos vem à cabeça. E hoje é muito sobre isso. Ou melhor, é tudo sobre isso. O estar bem. O sentir bem. O sentir-me eu. O que já não sabia sentir há umas semanas. Que de repente, foi como se me tivessem tirado as pilhas e saído a energia. E eu, a miúda que até há uns anos atrás estava em mil e um projetos entre o evento de moda, dois trabalhos, um estagio numa ordem e um blogue. Nas ultimas semanas, nem conseguia pensar em trabalho ou brincar direito atrás da minha filha. E foi sentir, como se o meu próprio corpo me tivesse obrigado a parar. E não há melhor descrição do que esta. E estas férias foram logo no dia 1 o verdadeiro significado dos planos virados ao avesso. E tudo correr ao contrário do planeado. E se há coisa que aprendi nas últimas semanas é que o que a vida nos ensina é que há coisas que não conseguimos controlar. Tantas, se pensarmos bem. E quando nos vemos viradas do avesso, o importante é literalmente como diz a música, levantar, sacodir a poeira e dar a volta por cima. E se for um dia que tiver para aproveitar o importante é aproveitá-lo ao máximo. E caraças. Voltar a sentir-me eu. Com a energia da workaholic que não pára, mas desta vez, com a mulher que também começa a saber aproveitar cada minuto com a sua filha e família. E com a miuda dos mil e um projetos que ainda não se deixou disso. Sabem quando vos passa na cabeça aquilo que gostavam de fazer e estão sempre a adiar pela falta de tempo - ou deixando-nos de tretar, por não porem isso como prioridade?! - dei por mim a pensar hoje nisso. No tanto que quero fazer e em como quero gerir de forma completamente diferente o meu tempo, todas as coisas que gostava - e que vou fazer! - e na nova Ângela que quero ser.
Há dias li num sítio algo que dizia que "quando somos demasiado benevolentes aproveitam-se de ti" e no fundo e um bocado isso. Quando deixámos que as coisas nos vão consumindo, quando deixámos de nos priorizar e quando acabámos por inconveniência a arranjar desculpas para o que não vamos fazendo, a vida segue caminho. E nós vamos seguindo para lados opostos. A ver o tempo a passar e os planos do que se deseja virados do avesso. E é quando percebemos que não vale a pena fazer muitos planos. Porque é aí que acaba por sair tudo ao lado. Como esta mãe que tinha decidido que ia fazer o desmame da amamentação à filha nas férias e à conta de um problema muscular e de medicação necessária tive de fazer sem planear, uma semana antes, para puder tomar a medicação. E correu ainda melhor do que alguma vez imaginaríamos. E é quando a vida nos ensina que não vale de nada planear. Faz e pronto. Tantas vezes damos por nós a complicar o que é simples, a planear demasiado o que não requer sequer grandes logísticas e quando damos por ela, só estivemos a arranjar desculpas não fazer. E ficamos literalmente viradas do avesso com a vida que nos passa ao lado.
E caraças, é quando somos obrigadas a parar e deixamos de nos sentir com a nossa energia normal que percebemos que só queremos que o que quer que seja passe, voltarmos a ser nós, e sentirmo-nos capazes de tudo!
E isso é tanto, acreditem!