Crónica dos 32#take20, 21, 22 e 23
Uma Espécie de Journaling
Às vezes, tudo o que precisas é de uma boa noite de sono e conseguires parar!
Olá, eu sou a Ângela, tenho 32 anos e não durmo uma noite em condições há mais de uma semana porque tenho uma filha de 3 anos que não gosta de dormir - praticamente desde que nasceu!
Podia ser um excelente título humoristico de uma humorista dedicado à maternidade mas é só mesmo a minha realidade, há mais de uma semana.
Que a minha filha nunca achou piada a dormir isso nunca foi novidade. Aliás, cheguei a um ponto de brincar com a situação e dizer que para a minha filha dormir é perda de tempo.
Sim, a bebé que com dois meses dormia meia hora - sim, meia hora, numa tarde inteira! - e estava na maior como se tivesse dormido umas belas três horas.
E eu, a mãe que não dormiu nada de noite, e esperava conseguir todos os dias que ela dormisse para descansar em meia hora e arrumar a casa no restante tempo, saia-me todos os dias o tiro pela culatra e desesperava todos os dias.
Sim, foi um pós-parto intenso, acreditem!
E esta ultima semana foi tipo uma espécie de recordação dessa altura. Sabem aquela festa dos revenge of the 90's em que numas belas horinha relembramos as melhores músicas e coisas iconicas dos anos 90? A ultima semana foi tipo um revenge do pos-parto com tudo a que tinha direito!
Noites sem dormir, os dias seguintes a desesperar de cansaço e a ter que trabalhar ao mesmo tempo ou com tarefas domésticas à espera que não nos deixam descansar, umas belas olheiras que nem o melhor dos corretor disfarça e o desesperar que durma sestas de tarde e eu a pensar se tenho algum voucher para gastar num hotel qualquer.
Como pais não há nada mais complicado do que ver os nossos filhos doentes. Custa saber que estão com algum dor ou desconforto e nessas alturas desdobramo-nos, deixamos tudo de lado e somos colo, somos conforto, somos proteção e somos a ajuda. Como pais fazemos tudo para os ver rapidamente melhores.
E nesta ultima semana ouvi da minha filha de 3 anos num dia que fiquei com ela em casa, porque tinha passado a noite com febre, depois de durante a manhã ter chorado imenso com dores, dei-lhe o brufen e passados 15 minutos virou-se para mim e disse:
"Ja estou melhor mãe, estou tão contente!"
E naquela altura fiquei com o coração quentinho e nada mais importou.
Mas passado um bocadinho lá fui eu buscar o computador para a cama e fiquei ao lado dela a trabalhar.
E foram dias a andar quase em piloto automático, exausta, com 3 a 4 horas de sono por dormir e sem conseguir parar para descansar e com o trabalho sempre a chamar.
E não, nem sempre é facil. Nós mães somos do caraças!